sexta-feira, 27 de agosto de 2010

CAPITULO 3: RECURSOS

EXTRAIDO DE BEGON, TWONSEND E HARPER, 2007

RESUMO

Os recursos são fatores necessários a um organismo, cujas quantidades podem ser reduzidas pela sua atividade. Portanto, os organismos podem competir para capturar uma parte de um recurso limitado.

Os organismos autotróficos (plantas verdes e certas bactérias) assimilam recursos inorgânicos em conjuntos de moléculas orgânicas (proteínas, carboidratos, etc.). Eles se tornam os recursos de organismos heterotróficos, que participam de uma cadeia de eventos em que cada consumidor de um recurso torna-se, por sua vez, um recurso para um outro consumidor.

A radiação solar é a única fonte de energia que pode ser usada em atividades metabólicas das plantas verdes. Durante a fotossíntese, a energia radiante é convertida em compostos de carbono ricos em energia, que depois serão decompostos na respiração. Porém, o aparato fotossintético tem acesso à energia apenas na faixa de ondas da “energia fotossinteticamente ativa”. Examinamos as variações na intensidade e qualidade da radiação, bem como as respostas das plantas a tais variações. Estudamos, também, as soluções estratégicas e táticas adotadas pelas plantas para resolver os conflitos entre fotossíntese e conservação de água.

O dióxido de carbono é também essencial para a fotossíntese. Foram examinadas as variações em sua concentração e suas conseqüências, incluindo aumentos globais ao longo do tempo e aqueles em escalas espaciais menores. Existem três rotas de fixação do carbono na fotossíntese: C3, C4 e CAM. São explicitadas as diferenças entre essas rotas e as suas conseqüências ecológicas.

A água é um recurso crítico para todos os organismos. Nas plantas, examinamos como as raízes “forrageiam” a água e a dinâmica das zonas de esgotamento dos recursos ao redor das raízes, para a água e os nutrientes minerais. Os nutrientes minerais são classificados de modo geral em macronutrientes e elementos-traço, sendo que cada um penetra independentemente na planta, como um íon ou uma molécula; eles têm propriedades características de absorção no solo e de difusão, o que afeta a sua acessibilidade para a planta.

O oxigênio é um recurso para animais e plantas. Ele torna-se limitante mais rapidamente em ambientes aquáticos e alagados. Quando a matéria orgânica se decompõe em um ambiente aquático, a respiração microbiana pode reduzir tanto esse recurso a ponto de restringir alguns tipos de animais superiores que poderiam persistir.

Entre os heterótrofos, explicamos as diferenças entre saprótrofos, predadores, pastadores e parasitos, bem como entre especialistas e generalistas.

A razão carbono:nitrogênio de tecidos vegetais comumente supera muito a de bactérias, fungos e animais. Por isso, os principais produtos residuais de organismos que consomem plantas são compostos ricos em carbono. Os principais produtos de excreção dos carnívoros, ao contrario, são nitrogenados. As diferentes partes de uma planta têm composições muito distintas. Como conseqüência, os pequenos herbívoros, na maioria, são especialistas. A composição dos corpos de herbívoros distintos é significativamente semelhante.

A maior parte das fontes de energia potencialmente disponíveis para herbívoros compreende celulose e ligninas, mas a maioria dos animais não dispõe de celulases – um enigma evolutivo. Em vertebrados herbívoros, explicamos como a taxa de ganho de energia de diferentes recursos alimentares é determinada pela estrutura do intestino.

Os recursos vivos são defendidos de maneira característica: fisicamente, mediante substancias químicas, ou por cripsia, aposematismo ou mimetismo. Isso pode levar uma corrida armamentista coevolutiva entre o consumidor e o consumido.

A teoria da aparência e a teoria da defesa ótima procuram revelar o sentido da distribuição de diferentes compostos químicos protetores, em especial os constitutivos e os induzidos, em distintas espécies vegetais e partes das plantas.

Tomando os recursos aos pares, os gráficos para os consumidores de isolinhas de crescimento líquido zero permitem que os pares de recursos sejam classificados como essenciais, perfeitamente substituíveis, complementares, antagônicos ou revelando inibição. As isolinhas de crescimento líquido zero definem um limite de um nicho ecológico de uma espécie.

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