EXTRAIDO DE BEGON, TWONSEND E HARPER, 2007
RESUMO
"Em biologia, nada tem sentido, exceto à luz da evolução” (Theodosius Dobzhansky, 1900 - 1975). Procuramos, neste capitulo, ilustrar os processos pelos quais as propriedades de tipos diferentes de espécies tornam possível sua vida em ambientes peculiares.
Explicamos o significado da adaptação evolutiva e da teoria da evolução por seleção natural, uma teoria ecológica primeiramente elaborada por Charles Darwin, em 1859. Por meio da seleção natural, os organismos se ajustam aos seus ambientes por serem “os mais aptos entre os disponíveis”, ou “os mais aptos até o momento”: eles não são “os melhores imagináveis”.
A variação adaptativa intra-específica pode ocorrer em uma amplitude de níveis: todos representam um equilíbrio entre adaptação local e hibridação. Os ecótipos são variantes geneticamente determinadas entre populações dentro de uma espécie que refletem ajustes locais entre os organismos e seus ambientes. Polimorfismo genético é a ocorrência simultânea, no mesmo hábitat, de duas ou mais formas distintas. Exemplos dramáticos de especialização local têm sido acionados por forças ecológicas provocadas pelo homem, em especial aquelas referentes à poluição ambiental.
Descrevemos os processos de especiação, pelos quais duas ou mais espécies novas são formadas a partir de uma espécie original, assim como o que se entende por uma “espécie”, em particular uma espécie biológica. As ilhas proporcionam, de maneira incontestável, o ambiente mais favorável para a divergência de populações em espécies distintas.
As espécies vivem em determinado local por razões que, muitas vezes, são acidentes da história. Tal situação foi ilustrada por meio do exame de padrões insulares, dos movimentos de massas terrestre no tempo geológico, das mudanças climáticas – em especial durante os períodos glaciais do Pleistoceno (e comparamos isso com mudanças previstas como conseqüência do aquecimento global em curso) – e dos conceitos de evoluções convergente e paralela.
Os diversos biomas terrestres são revistos e seus equivalentes aquáticos abordados brevemente. O conceito de Raunkiaer sobre espectros de forma de vida, em especial destaca que comunidades ecológicas podem ser fundamentalmente semelhantes, mesmo quando taxonomicamente bem distintas.
Todas as comunidades compreendem uma diversidade de espécies: uma diversidade de ajustes ao ambiente local. Contribuem para isso à heterogeneidade ambiental, as interações entre predadores e presas, parasitos e hospedeiros e mutualistas, além da coexistência de espécies similares.
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